Design para Publicações Especiais

Design de Pequeno Formato: Onde Cada Detalhe Conta

Uma página detalhada de um guia impresso, que mostra a organização do design editorial do festival

Trabalhar com layouts de pequeno formato ensinou-nos muito, não através dos livros, mas da tentativa e erro (e várias crises de design).
O que parecia uma limitação no início rapidamente se transformou num divertido desafio criativo.

O Tamanho Não Conta (A Menos que Sejas um Tipo de Letra)

Quando o espaço encolhe, a tipografia assume o palco principal. A fonte que parecia inofensiva num A4 transforma-se num elefante no meio da página. E o tamanho 12? Por vezes, parece que está a gritar por atenção. Em formatos pequenos, cada milímetro conta — e cada escolha de letra pode fazer ou quebrar o design.

Não é só escolher uma fonte bonita (embora isso ajude, claro). É encontrar o equilíbrio perfeito entre legibilidade, personalidade e proporção. Serifa ou sem serifa? Leve ou negrito? Condensada ou larga? Cada detalhe é uma conversa silenciosa com o leitor — e num espaço apertado, essa conversa precisa de ser clara, elegante e certeira.

E o tamanho da fonte? Será que 10 pt é seguro? Nem sempre. 9,5 pt pode funcionar na perfeição se a fonte for generosa. 11 pt pode sufocar o layout. Não há fórmulas mágicas — é muita tentativa, erro e impressões espalhadas pela secretária até acertar. Mas quando tudo se encaixa, é quase como se a página respirasse aliviada.

Uma imagem da capa de um guia impresso, aberta para uma página dupla, que mostra a coesão do design editorial entre a capa e as páginas internas
Guia de design editorial impresso para um Festival Literário, com um layout colorido

Uma ou Duas Colunas? O Segredo Está na Mistura

Quando se trata de pequenos formatos, escolher entre uma ou duas colunas pode parecer simples — mas não é assim tão fácil. Uma coluna única transmite segurança, limpeza e facilidade de leitura. É confortável, quase como ler um livro, onde o olhar flui naturalmente.

Duas colunas, por outro lado, trazem uma energia completamente diferente ao layout: o texto fica mais apertado, mais incisivo, e o espaço é usado de forma nova. Surgem pequenos “pontos de pausa” quase como uma conversa entre colunas. E não é só sobre estrutura — adiciona ritmo e um toque de criatividade ao design. Tentar espremer três colunas numa página minúscula? Quase impossível.

Na prática, alternar entre uma e duas colunas, dependendo do conteúdo e da mensagem, costuma resultar melhor. Não é uma questão de tudo ou nada. Trata-se de sentir o que se encaixa naquele momento específico e, claro, ter sempre em mente o propósito da peça. Às vezes, misturar ambas as abordagens numa mesma publicação cria resultados inesperadamente fantásticos.

Vista de uma abertura do guia impresso, que mostra a organização clara do conteúdo e do design
Uma fotografia de perto de uma página de um guia impresso, destacando a textura do papel e os detalhes nítidos da tipografia
Uma fotografia de perto do horário do evento no guia, que destaca a clareza da tipografia e a organização baseada no tempo

Leitura Suave

Os pequenos formatos são uma escolha natural para zines, catálogos, programas e editoriais — publicações que exigem portabilidade, impacto rápido e leitura fácil. Mas trabalhar dentro destas limitações exige precisão: o espaço é reduzido e cada elemento precisa de cumprir um propósito claro.

Adaptar conteúdos mais longos a estes formatos é um desafio criativo. Significa repensar a paginação não apenas como um passo técnico, mas como uma narrativa visual onde texto e imagens se equilibram para manter ritmo e envolvimento. É uma dança cuidadosamente coreografada entre conteúdo e formato.

Cada fotografia ou ilustração deve ser escolhida com intenção — não há espaço para elementos de enchimento. As imagens devem acrescentar valor, reforçar a mensagem e oferecer uma pausa visual. O texto, por sua vez, tem de ser claro, conciso e cuidadosamente ajustado, para não se perder no layout.

O ritmo visual faz toda a diferença — espaços para respirar, variações subtis na tipografia, imagens colocadas estrategicamente e destaques bem temporizados ajudam a criar um fluxo natural que orienta o leitor. Quando tudo se encaixa, o leitor não se perde na informação — é conduzido por ela com facilidade e envolvimento.

No fim, trabalhar em formatos pequenos é um exercício de síntese, intenção e ritmo. E quando feito corretamente, o impacto está longe de ser pequeno.

 
© A NEW DAY, 22 Maio 2025

A peaceful image of surfers in the ocean, with the colors and feeling of freedom embodying the agency's core philosophy.

Fotografia: Jess Loiterton, Pexels

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